Quadro negro | | GALERIA RAQUEL ARNAUD, São Paulo, 2023

África, diálogos com o contemporâneo | | MUSEU OSCAR NIEMEYER, Curitiba, 2023

Paraíso (Aqui se borda, aqui se paga) | Em realização, barracão de Lina Bo Bardi, agosto 2023

Paraíso (Aqui se borda, aqui se paga) | Em realização, barracão de Lina Bo Bardi, agosto 2023

3 agosto – 16 setembro 2023

Quadro negro | Galeria Raquel Arnaud, São Paulo

“Esboços de troncos e galhos de árvores coloridos ou puras figuras geométricas dispostas em equilíbrio instável? Há um claro espírito de dubiedade nos trabalhos apresentados aqui por Julio Villani. Algo que oscila não apenas entre a abstração e o naturalismo, mas também, por exemplo, entre o visual e o verbal” afirma Guilherme Wisnik, que assina o texto.

https://www.instagram.com/p/CvYE2_mNR5R/?hl=en

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24 junho – 15 outubro 2023

África, diálogos com o contemporâneo | Museu Oscar Niemeyer, Curitiba

Curadoria Paula Braga e Renato Araújo

https://www.museuoscarniemeyer.org.br/exposicoes/africa

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2 setembro – 25 novembro 2023

Museu de tudo | Casa de vidro / Lina Bo Bardi | Instituto Bardi

Tudo aqui respira garimpo, achado : dos elementos estruturantes das obras da série Almost readymade de Julio Villani ao título da exposição, tirado de um livro de João Cabral de Mello Neto cujos poemas se originam em pequenos acontecimentos do cotidiano.

Impõe-se aqui a ligação com Dona Lina – ela que assim relata as origens de sua coleção: “Desde criança eu juntava coisas: pedrinhas, conchinhas das rochas do Abruzzi, fi os de ferro, pequenos parafusos. Depois apareceu uma coisa enorme, uma galinha (comida especial do domingo). Tinha no estômago uma coleção de vidros e pedras roladas pelas águas: verdes, rosas, pretas, marrons, brancas. Mamãe me deu de presente, foi o começo de minha coleção…”

Museu de tudo é assim não somente a afirmação de uma veia de criação, mas também uma homenagem àquela que soube fazer de tudo, matéria de museu.

Ter as miudezas da vida como ocasião e matéria da arte é um dos elos entre a série Almost readymade de Villani e o universo de Lina Bo Bardi. Articular códigos culturais, coisas e materiais de diferentes origens para melhor aparelhar referências, é outro. Aqui como ali, não se busca preciosismos, mas o afloramento da poesia. Aqui como ali, prega-se que no inventário do mundo, não há impurezas, mas simplesmente “olhos que sabem ver e olhos que não sabem ver.”

Um diálogo estabelecido com base no olhar que traz à tona o que já lá está, tendo o acaso do encontro como parte integrante do projeto de criação. 

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14 outubro 2023 – março 2024

Paraíso (Aqui se borda aqui se paga) | Capela do Morumbi, Museus da cidade de São Paulo

Bordado monumental, instalação site specific

As intervenções artísticas nos tetos dos edifícios religiosos representam muitas vezes a promessa de um paraíso futuro através de noites estreladas ou raios divinos de sol, nuvens carregadas de querubins, ascensões da Virgem em majestade. O Paraíso proposto por Julio Villani opera uma transmutação nessa representação: é um céu invertido, feito de vermes e lagartos, de seixos e nuvens de orvalho, de constelações de poeira que aqui funcionam como abóbada celeste. O sopro da poesia de Manoel de Barros atravessa aqui e ali a composição.

Objetos de linguagem são regularmente usados ​​pela artista como uma armadilha poética; aqui, combinados com desenhos, os textos constituem os ingredientes narrativos de um território afetivo destinado a criar um registro da realidade.
Porque, sob ares ingênuos, é disso que fala o artista : desenvolver a sociedade ideal – nossa imagem do paraíso na terra – depende das linhas que aqui traçamos, dos rastros que aqui deixamos.
Mergulhando na contramão da gravidade – fincando os pés no céu, obrigando-nos a virar o rosto para cima para ler os versos do poeta dos olhos resolutamente voltados para o chão – Villani traça de chão a chão – de céu a céu – uma mediação entre narração e ação.

O suporte da obra é um véu levemente transparente – justo o suficiente para não ocultar o que o futuro nos reserva: que não há paraíso isolado da realidade que nos proteja; colhemos o que bordamos.

Curadoria Roberta Saraiva

Bordado realizado no barracão de Lina Bo Bardi | Casa de Vidro, em colaboração com Camila Prado e Flauzina Rocha Ribeiro | Costurando Sonhos, G10, Paraisópolis. Participação : Thais Borducchi, Laura Del’Acqua, Beatriz Cereser, Vinicius Amaral, Pedro Avila, estudantes Centro Universitário Belas Artes.